Diálogos sobre Atenção Primária e Secundária marcaram segunda noite da Arena Fesp 2021

A segunda noite da Arena Fesp 2021 foi marcada por diálogos sobre a Atenção Primária e Secundária de Saúde. Com o tema ‘Desafios da Rede de Atenção à Saúde’, o evento da Prefeitura de Palmas é uma idealização da Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp) realizado em parceria com a Secretaria da Saúde (Semus). Este ano acontece em formato híbrido, presencial no Parque da Pessoa Idosa Francisco Xavier de Oliveira e on-line pelo canal da Fesp no YouTube, a partir das 19 horas. Evento se encerra nesta sexta-feira, 03.

‘Realidades da Atenção Primária no Brasil’ foi o eixo da primeira Roda de Conversa da noite que trouxe a reflexão da professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Dra. Maria Rocineide Ferreira da Silva. “O que estamos vivendo agora são questões antigas. Começamos a década de 90 com o desafio de fazer o cotidiano com a reformulação de um novo trabalhador adequado a adversidades. Na atenção primária a gente aprende que o vínculo precisa ser efetivo independente de gestor para não perder potência. São trabalhadores comprometidas com a vida, pela vida, na vida”, pontuou.

“Nós residentes entramos num período muito desafiador. Tivemos que nos reorganizar para uma atenção mais voltada para urgência e emergência e na promoção e cuidados. Percebemos que a gente se fortaleceu e conseguiu avançar pois tivemos que planejar e pensar outras formas de promoção da saúde para diminuir outras doenças naquela região. Somos profissionais se qualificando no SUS para fazer a diferença. Temos um outro olhar, aprendemos a cuidar do todo. Evoluímos”, enfatizou a odontóloga residente em Saúde da Família e Comunidade, Marta Pereira.

Na sequência, a enfermeira e gestora de Aprendizagem das Residências da Fesp, Maria Olga de Alencar, disse que duas palavras marcavam o momento, gratidão e alegria. “O diálogo vai para além de palestrar, aqui trocamos afetos, temos reflexões. Novas formas de fazer saúde, estamos sempre buscando novos modelos. Estou há quase 30 anos na enfermagem com paixões alegres e tristes e todas elas me impulsionam. A gente pode melhorar os indicadores pela atenção primária porque é um espaço de cuidado e isso pode ser visto pela nossa residência que é padrão ouro, uma conquista a longo prazo”, enfatizou.

Coordenadora do Pano Integrado de Residências (PIRS) da Fesp, Socorro Sarmento destacou o papel dos trabalhadores do SUS durante a pandemia. “Não poderia iniciar sem usar a palavra já mencionada aqui, gratidão, especialmente aos colegas que salvaram vidas. Em 24h fizemos um curso de capacitação na Fesp. Transformamos unidades de saúde em sentinelas. Conseguimos a cada minuto salvar uma vida, fomos resilientes e, neste desafio, provamos para o Brasil o que é o Sistema Único de Saúde. Enfrentamos e vencemos nossos medos”, ressaltou a coordenadora.

Já a segunda Roda de Conversa da noite abordou o tema ‘Os Percursos e Percalços na Atenção Secundária Brasileira’. O médico e coordenador de UPA Norte, Oswaldo Neto, abriu o bate-papo dizendo que não dá para falar da atenção secundária sem falar do SUS. “Cerca de 80% da população conta com o sistema, é o suporte que o brasileiro precisa. E na Secundária, além da urgência e emergência, conta ainda com serviço ambulatorial, atenção especializada, exames laboratoriais e de média complexidade e cirurgias de pequeno porte”, explicou o médico.

Sobre as dificuldades enfrentadas na Atenção Secundária, a psicóloga residente em Saúde Mental na Fesp, Julliani Godinho, que atua no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (Caps AD), lembrou que quando entrou na residência no início da pandemia o tratamento que era coletivo foi proposto que passasse a ser atendimento individual. “Foi muito bom porque deu para preencher um plano terapêutico, por outro lado trouxe uma sobrecarga na equipe. Mas aprendemos novas formas de atuar e olhar”, disse.

Participaram ainda do encontro os seguintes especialistas: a enfermeira e gerente de Atenção Secundária da Semus, Dahyene Cris Alves Silva; e a médica residente do Programa de Saúde, Família e Comunidade da Fesp Mariana Antunes.

Tenda Paulo Freire

Após as boas-vindas da presidente da Fundação, Marttha Ramos, a abertura da noite no espaço dedicado a educação popular em saúde, a ‘Tenda Paulo Freire’, ficou por conta da apresentação artística do cantor, ator e psicólogo Piettro Lamonier com a música ‘Vivendo’. Piettro falou sobre o processo de música e arte como ferramenta de cura. “Vivendo fala sobre uma vivência que passamos agora, coisas muito difíceis. Pessoas perderam familiares sem poder se despedir. A gente também perde muito da vivência com o outro vivendo sempre no futuro ou passado, a gente nunca está aqui agora sentindo o outro, a gente está ao telefone, a gente precisa de mecanismos artísticos para voltar para o presente".

Como participar

A programação do evento pode ser conferida nos seguintes links:

1º dia 01/12/2021

https://youtu.be/yYtuDSPfVFU

2º dia 02/12/2021 -

https://youtu.be/ULoNG-qvVVM

3º dia 03/12/2021 -

https://youtu.be/uUzGLzDuPOM

Para ter acesso à programação completa, acesse aqui

Por Redação Fesp
03/12/2021