Fesp fala sobre ‘Acidente de Trabalho com Material Biológico’ em curso para servidores do SUS

Sessenta e quatro médicos e enfermeiros que atuam nas unidades de saúde da Capital iniciaram nesta quinta-feira, 20, o curso de capacitação sobre ‘Acidente de Trabalho com Exposição a Material Biológico (Atemb)’, ofertado pela Educação Permanente da Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp), em parceria com a Secretaria da Saúde (Semus), por meio do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest). O grupo foi dividido em três turmas devido às medidas de segurança contra a Covid-19, e esta primeira contou com 20 participantes; as demais estão previstas para fevereiro e março. Os palestrantes foram a enfermeira Thascianne de Sousa Diniz e os médicos Frederico Leão e Thaís Morais.

O objetivo é capacitar o profissional da rede de atenção à saúde para atendimento de urgência e ambulatorial do acidentado; emissão adequada da notificação e encerramento dos casos de Acidente de Trabalho com Exposição a Material Biológico. Durante o curso os participantes foram orientados e participaram de aula prática sobre o preenchimento adequado das notificações dos casos.

Segundo o Cerest, em 2021 foram 85 notificações de acidentes de trabalho com exposição a material biológico. “Este ano já temos quatro notificações registradas e o preenchimento adequado nos sistemas é essencial para o acompanhamento devido dos casos”, disse a coordenadora do Centro, Betânia Cangussu, acrescentando que o Cerest Palmas realiza a qualificação das notificações no NotificaSUS e insere os dados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

A residente da Fesp Suyanne Siloti participa do curso como ouvinte e organizadora, uma vez que o Cerest é seu cenário de prática. “Está sendo uma experiência ótima entender sobre epidemiologia relacionada à saúde do trabalhador e conhecer melhor como funciona a gestão em saúde. Lá no Cerest, a gente recebe as notificações, lança os casos e faz o matriciamento com as unidades e hospitais para acompanhar os pacientes. Vemos se eles fizeram os testes virais das hepatites e de HIV a cada três meses e consideramos o caso encerrado após seis meses. Neste curso que participo, ajudamos na elaboração do material e damos continuidade ao aprendizado aqui na sala de aula”, destacou a residente.

De acordo com o médico e palestrante Frederico Leão, acidentes como estes muitas vezes não são considerados graves por se tratar de pequenos cortes, furos, mas o que determina a gravidade é a evolução do paciente que deve ser observada, já que estas pequenas lesões podem levar a doenças sérias. “São acidentes com potencial de gravidade, pois podem transmitir doenças infecciosas como as hepatites e HIV, as principais consideradas. Logo, quando há contato com fluido, sangue ou saliva, consideramos acidente grave, entramos com medicação e fazemos acompanhamento do paciente por pelo menos seis meses”, explicou Leão.

Acidente de trabalho

De acordo com o Cerest, considera-se acidente de trabalho com exposição a material biológico (Atemb) todo caso ocorrido com quaisquer categorias profissionais, envolvendo exposição direta ou indireta do trabalhador a material biológico (orgânico) potencialmente contaminado por patógenos (vírus, bactérias, fungos, príons e protozoários), por meio de material perfuro-cortante ou não.

Por Redação Fesp
21/01/2022