Com o objetivo de aprimorar a técnica dos profissionais de saúde a fim de evitar ocorrência de coletas inconclusivas foi ofertada na última sexta-feira, 25, na Fundação Escola de Saúde da Pública de Palmas (Fesp), a capacitação sobre ‘Citologia: coleta e fluxo do exame preventivo Papanicolau', promovida em parceria com a Secretaria da Saúde (Semus). Ao todo, 60 profissionais, dentre residentes do Plano Integrado de Residência em Saúde (PIRS) e pesquisadores do Palmas para Todos (PPT) da Fesp, foram qualificados, 30 deles pela manhã e os demais no período da tarde. Novas turmas estão previstas para o final de abril.
“O exame de Papanicolau é a principal forma de prevenir o câncer de colo de útero [CCU], que deve ser realizado anualmente e, caso a mulher não o faça, as equipes das unidades devem fazer a busca ativa dessas mulheres”, alertou a responsável pelo Sistema das Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT), a enfermeira e residente em Saúde Coletiva, Sara Gonzalez, reiterando que todo exame coletado deve ser registrado no Sistema de Informação do Câncer (Siscan). A apresentação inicial contou com o apoio da enfermeira e residente em Saúde Coletiva, Lara Lamin.
Por se tratar da quarta causa de mortalidade por câncer em mulheres no País, sem considerar os tumores de pele não melanoma, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a prevenção ao câncer de colo do útero busca assegurar a assistência de qualidade às usuárias, para isso, são fatores de extrema importância, o fluxo de coleta; encaminhamento da amostra e o acompanhamento na rede. O farmacêutico especialista em Citologia Clínica do Laboratório de Patologia da Semus e pesquisador do PPT/Fesp, Edézio Felício Alves, explicou que é possível diagnosticar não apenas CCU, mas também o HPV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). “Cerca de 80% dos casos de HPV quando acompanhados e tratados, regridem. Quando não tratados, podem evoluir para câncer, por isso a importância do exame preventivo coletado de forma adequada. Para isso, devem ser levadas em consideração no ato da coleta, sangramento, lesão, dor, idade da paciente e fatores de risco”, disse Edézio.
Para a enfermeira da USF da Arno 44 (409 Norte) e preceptora das residências em Enfermagem Obstétrica e Multi em Saúde da Família, Líllya Mota, o curso foi essencial para sanar dúvidas da rotina. “Achei muito interessante a parte do fluxo do laboratório, procedimentos da coleta ideal para um material de excelência. Sempre temos algo a aprender e acrescentar em nossa prática e como preceptora tenho que estar sempre atualizada para repassar na tutoria”, destacou.
Exame alterado. O que fazer?
O médico patologista do Laboratório de Patologia da Semus, Clayton de Souza, falou sobre o Instrutivo para Coleta de Citologia Oncótica do Colo do Útero no Município de Palmas e interpretação dos resultados. “Mulheres com resultado de exame alterado são encaminhadas para colposcopia no Ambulatório de Atenção à Saúde Dr Eduardo Medrado (AMAS), via Sistema Nacional de Regulação (Sisreg), pela própria USF em que é atendida. Para casos mais avançados, o AMAS encaminha para o Hospital Geral de Palmas (HGP) para tratamento oncológico”, explicou o médico.
Recomendações para coleta de exame Papanicolau
- Não utilizar medicações intravaginais (48h);
- Não utilizar duchas vaginais (48h);
- Não manter relações sexuais com preservativos ou gel espermicida (24h);
- Não ter realizado exames como: USG TV, toque vaginal (48h);
- Não estar menstruada, aguardar o 5⁰ dia após o ciclo menstrual
Por Redação Fesp
28/03/2022