Seminário discute a diferença da esterilização de materiais contaminados pelo novo coronavírus

Evento contou com três palestras que podem ser revistas no canal da Fesp no YouTube

Na manhã desta quarta-feira, 30, ocorreu de forma on-line o ‘1º Seminário Sobre Esterilização, Estrutura e Avanços nos Processos de Biossegurança e Qualidade’, tendo como tema a ‘Estrutura de CME – Central de Materiais e Esterilização – avanços nos processos de Qualidade’. A diferença na esterilização de materiais contaminados com o novo coronavírus esteve entre um dos temas abordados.  
 
O seminário foi realizado pela Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp), em parceria com a Secretaria da Saúde (Semus), por meio da Vigilância Sanitária Municipal (Visa). O conteúdo está disponível no canal da Fesp no YouTube.
 
O evento contou com três palestras, sendo a primeira, ‘Retrato da Estrutura de CME no serviço de urgência e emergência’, ministrada pelo enfermeiro das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Serviço de Atendimento Móvel (Samu), Selismar Rabelo; em seguida, o coordenador do curso de Biomedicina do Centro Universitário Luterano do Brasil (Ceulp/Ulbra), Dr. Luís Fernando Castagnino Sesti, abordou o tema ‘Tecnologias, Avanços e Rotinas sobre CME no Ensino e Serviço’. Por fim, o evento foi encerrado com a palestra ministrada pela enfermeira especialista em CME e Centro Cirúrgico do Estado do Espírito Santo, Alcione da Silva, que discorreu sobre ‘Estrutura da CME e Avanços nos Processos de Qualidade’.
 
Na ocasião, a coordenadora do Núcleo de Educação em Vigilância Sanitária de Palmas (Nevs), Silvana Teixeira, lembrou da importância do processo de biossegurança principalmente no contexto da pandemia da Covid-19. “Há situações como de trabalhadores de urgência e emergência como no caso do nosso palestrante Selismar que realizam procedimentos, às vezes, mais invasivos já no socorro e esses profissionais devem ter segurança no material a ser utilizado, por isso é muito importante observar a esterilização adequada dos materiais”, explicou.
 
Dúvidas sobre manejo de instrumentos contaminados pelo novo coronavírus foram levantadas pelas residentes em Saúde Coletiva da Fesp, Larissa Timponi e Eudimara Moreira no seminário. Elas questionaram como é feito o controle da esterilização para os materiais contaminados com o coronavírus e se tem produto específico para tal. Se há recomendação diferenciada para a limpeza e desinfecção de superfícies em contato com casos suspeitos ou confirmados pelo 2019-nCoV.
 
“Não é só pegar o material e jogar na autoclave, tem todo um processo antes como retirada mecânica de toda sujidade, remoção de detergentes/desinfetantes, acomodação em invólucros adequados e tantas outras etapas que devem ser respeitadas. Quando adentramos o universo do novo coronavírus devemos lembrar que para a esterilização destes materiais devem ser usados produtos específicos como o já conhecido álcool a 70%, ácido peracético 0,5%”, desinfetantes com ação virucida e outros”, ponderou o palestrante Selismar.
 
“Muita gente considera este processo simples, mas pequenos detalhes são essenciais para a esterilização adequada. Até mesmo a água utilizada não pode ser da torneira, já que ela não é pura, então, deve ser usada água que tenha passado por algum processo de purificação. Também devem ser observados, o modelo da autoclave, temperatura, tempo de autoclavagem e outros. Cada passo deve ser bem executado para que a eficácia do processo não seja comprometida”, ressaltou o palestrante Luís Fernando Castagnino Sesti do Ceulp/Ulbra.
 
Manobras como o teste Bowie & Dick, que é um método de teste padrão para testar autoclaves que se proponham esterilizar cargas com alto grau de dificuldade na retirada de ar e causando uma boa penetração do vapor -, é imprescindível para o início do uso da autoclave bem como teste biológico e estes testes devem ser diários para garantir a segurança no processo de qualidade da esterilização enfatizou a enfermeira Alcione na finalização do seminário.
 
A coordenadora da Divisão de Educação Permanente em Saúde da Fesp, Quézia Catharine Cavalcante de Melo, destaca que a atualização de práticas tanto da equipe de enfermagem quanto da odontologia na CME é essencial para coordenar um serviço de excelência e seguro. "A Fesp, como uma instituição voltada para a promoção, regulação e desenvolvimento de atividades de formação e educação permanente para os trabalhadores do SUS, compreende e apoia práticas inovadoras de ensino e produção tecnológica. Por isso, observar as boas práticas nos serviços de esterilização na Rede de Atenção à Saúde de Palmas é de suma importância para garantir além da qualidade, a segurança dos trabalhadores e dos pacientes, pois é através dela que se consegue destruir microrganismos de equipamentos e outros materiais médicos e odontológicos", finalizou.
 
O seminário teve como público-alvo todos os profissionais da Rede Municipal de Saúde e acadêmicos da área de Saúde.

Por Redação Fesp
30/06/2021