Profissionais de saúde passam por curso sobre ‘Identificação, notificação e manejo da violências'

Como identificar pessoas em situação de violência seja ela mulher, idoso, criança ou adolescente, e até mesmo autoprovocada, ou de qualquer outra natureza. Este foi o mote da capacitação sobre ‘Identificação, notificação e manejo da violência’ iniciada na manhã desta sexta-feira, 19, na Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp). O curso é uma iniciativa da Secretaria da Saúde (Semus), por meio da Coordenação da Área de Causas Externas, e será certificado pela Fesp. 

Voltada para as equipes da Atenção Primária como médicos, enfermeiros, odontólogos, psicólogos, assistentes sociais, a oficina será ministrada uma vez por mês em duas turmas, uma no período matutino e outra no período vespertino, visando capacitar o máximo de profissionais possível. “Um dos nossos principais objetivos é que as notificações nas unidades de saúde da família sejam fortalecidas, pois hoje o maior número de notificações que temos em Palmas vêm dos hospitais e UPAs e sabemos que, durante uma atendimento na Unidade de Saúde da Família, uma visita domiciliar ou uma ação de Educação em Saúde, é possível identificar sinais de violência”, pontuou a coordenadora técnica das Causas Externas da Semus, Lorenna Martins.

A violência é uma agravo acompanhado pela Coordenação da Área Causas Externas da Semus, com base na Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências, e durante a oficina, os profissionais recebem treinamento sobre a notificação de casos que devem ser registrados pelo sistema Notifica SUS. “É possível a gente intervir sim, assim como a gente combate a Covid-19, Monkeypox, dengue e outros agravos, mas para isso, precisamos das notificações preenchidas corretamente e reforçamos que a notificação não é denúncia, é um dado para a saúde pública e que favorece o planejamento das ações no âmbito da gestão”, enfatizou a psicóloga das Causas Externas, Lauriane Moreira. 

Violência em números

“Graças a cursos como esse, depois de compreender melhor a violência e suas diversas variáveis, vimos um aumento no preenchimento no campo da violência psicológica, isso é muito importante para traçarmos perfil e termos dados mais precisos”, concluiu a coordenadora Lorenna, alertando que, somente no ano de 2021, foram 1.086 casos de violências notificados em Palmas. Deste total de casos registrados, 728 são residentes na Capital, com destaque para mulheres, crianças e adolescentes. Os demais são notificações dos hospitais estaduais e outros serviços de saúde que recebem pacientes de diversos municípios e até mesmo de fora do Estado. Os principais dados de 2021 podem ser conferidos neste Boletim Epidemiológico.

Agosto Lilás

No mês dedicado à conscientização pelo fim da violência contra a mulher com a Campanha Agosto Lilás, a psicóloga Lauriane Moreira faz um alerta. “A gente vê que a mãe costuma orientar a criança em relação às vulnerabilidades externas como ruas escuras, mato alto, etc, nunca sobre o seio familiar. E é muito triste quando a gente traça o perfil do agressor e vê que ele está no ambiente íntimo, geralmente é o padastro, tio, avô, um amigo da família. Por isso, todas essas informações são relevantes para nós, não apenas para traçarmos esse perfil, mas para darmos prosseguimento aos casos na Rede de Saúde”, concluiu. Violências contra a mulher podem ser denunciadas no Ligue 180.

Por Redação Fesp
19/08/2022