Profissionais de saúde realizam curso de 'Neurites e reações hansênicas’

Com o objetivo de ampliar os conhecimentos sobre a hanseníase, os profissionais de saúde da Capital iniciaram, nesta terça-feira, 27, uma nova capacitação voltada ao tema, o curso de 'Neurites e reações hansênicas’, que acontece no auditório da Vigilância Sanitária Municipal (Visa), até às 18 horas. O treinamento é ofertado pela Área Técnica da Hanseníase e Tuberculose da Secretaria da Saúde (Semus), em parceria com a a Divisão de Educação Permanente da Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp), unidade responsável pela formação continuada dos servidores da Rede de Saúde.

Voltado para médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, o objetivo é discutir com profissionais anteriormente capacitados no curso 'Ações de controle em hanseníase'  e dar celeridade ao início do tratamento. “Essa é a nossa primeira turma e a ideia é expandir para todos os profissionais da Rede. Porém, este curso, diferente do primeiro, que foca no diagnóstico e tratamento clínico, destaca as reações dos pacientes. O profissional, sabendo identificar os estados reacionais, com certeza vai dar uma resposta ainda mais rápida na Atenção Primária, já iniciando o tratamento ou mudando o protocolo medicamentoso por lá mesmo, o que é bom para o paciente, pois quanto antes iniciar, melhor”, esclareceu o coordenador Técnico da Hanseníase e Tuberculose da Semus, o fisioterapeuta Pedro Paulo dos Santos Oliveira, destacando ainda que a medida contribui para um menor tempo de espera na Especializada, que deve ser voltada para casos mais graves.

“Os quadros reacionais são de resposta imunológica que pode aparecer antes, durante ou após início do tratamento. Por isso, é muito importante que os profissionais que atendem os pacientes no dia a dia, estejam preparados para identificar e intervir com agilidade no manejo clínico nestas situações. É algo que pode acontecer do dia para a noite, e manter a Atenção Primária fortalecida, com a equipe inteira preparada para atender momentos de dores crônicas e sequelares, é essencial para poupar e prevenir incapacidades dos pacientes”, ressaltou a médica hansenóloga, Seyna Ueno Rabelo, que atende no Ambulatório Municipal de Atenção à Saúde, Dr. Eduardo Medrado (Amas).

O curso foi ministrado pela especialista da Rede e preceptora da Fesp, fisioterapeuta Flávia Medina, com apoio da médica Seyna Ueno, e alertou para a importância do exame clínico. “Uma das características que podemos observar no nervo do paciente com hanseníase é a diferença na textura. Às vezes um nervo bom é tão fininho que a gente quase não sente. A primeira impressão que temos de um nervo espessado, é que é duro, pois ele engrossa”, destacou.

“A hanseníase é uma área que sempre teve capacitações e ampliar o leque dentro do cuidado da doença é uma forma de melhoria de um serviço, e quem mais ganha é a comunidade. Neste curso, já observamos um conteúdo renovado, inclusive o próprio formato, com metodologias ativas bem implementadas, com característica mutiprofissional, que é a forma como trabalhamos o cuidado com o paciente", disse o preceptor da Residência em Saúde da Família e Comunidade da Fesp, fisioterapeuta Mário Freire, que atua no Território Canela II (Unidades de Saúde da Família das Arnos 33, 42 e 44).

Por Redação Fesp
27/09/2022