Médicos e enfermeiros da rede de Saúde da Capital iniciaram nesta segunda-feira, 7, uma capacitação sobre ‘Atualização do protocolo de atendimento antirrábico humano’ em virtude da Nota Técnica Nº 8/2022-CGZV/DEIDT/SVS/MS, que traz novas diretrizes quanto à profilaxia pré, pós e reexposição da raiva humana no Brasil. O curso acontece no auditório do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
De acordo com a coordenadora técnica de Agravos Transmitidos por Vetores e Zoonoses da Semus, Nábia Gomes, a principal novidade trazida pelo novo protocolo é em relação ao manejo dos pacientes. “A raiva urbana está erradicada em Palmas há 23 anos e a nossa luta é fazer este monitoramento para mantê-la assim. Sobre o ciclo silvestre não temos controle, por isso temos que manter os profissionais atualizados para aplicar o protocolo de acordo com a condição daquele animal e da pessoa, caso haja algum acidente com animal silvestre ou até mesmo doméstico. A principal mudança é em relação aos animais domésticos observáveis, cães e gatos. No protocolo anterior, a depender da gravidade da lesão, se iniciava o uso do imunobiológico. Hoje, se o animal é passível de observação, não se faz, em um primeiro momento, a administração do imunobiológico e sim o monitoramento do paciente e do animal. Por isso é importante conhecer o ciclo da doença”, destacou Nábia.
A capacitação visa o aprimoramento do atendimento, preenchimento de prontuário e notificação realizado pelos profissionais, que devem estar atentos ao ciclo da doença tanto nos humanos quanto nos animais, assim como os principais sintomas e período de incubação. “É uma doença infecciosa com média de período de incubação em humanos de 45 dias, podendo chegar a um ano. Os acidentes mais graves são em mãos, pés, cabeça e pescoço, pois atingem o Sistema Nervoso Central em menor tempo. Em cães e gatos, após manifestação dos sintomas, o óbito do animal ocorre de cinco à sete dias, por isso importante observá-lo”, explicou a facilitadora médica veterinária convidada da Secretaria Estadual de Saúde (SES-TO), Iza Alencar.
“Participar da organização é muito importante na minha formação como médica veterinária do SUS, pois trabalhar neste setor de atendimento antirrábico é essencial para conhecer a doença em Palmas e no Tocantins. É um agravo que tem muitas notificações. Na zona rural vemos mais casos de raiva em animais, já que o vírus transmitido por cães e gatos não aparece desde 1999, mas o transmitido por morcegos está circulante e este ano já tivemos quatro casos em animais em Palmas. Precisamos estar vigilantes e cientes das novas orientações”, pontuou a médica veterinária residente em Saúde Coletiva da Fesp, que atua na Semus, Thaina Repker, junto ao médico da Semus, Frederico Leão, ambos facilitadores da capacitação.
O curso segue até esta terça-feira, 8, e é uma parceria entre a Secretaria da Saúde (Semus), por meio do Núcleo de Educação em Urgência (NEU), com a Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas, via Divisão de Educação Permanente.
Por Redação Fesp
07/11/2022