Acolhimento da obesidade na Atenção Primária em Saúde é discutido em curso na Fesp

Como ofertar um cuidado mais acolhedor para pacientes com obesidade na Atenção Primária em Saúde (APS). Sob esta temática, cadastro adequado do paciente, escuta qualificada e atendimento compartilhado foram alguns dos assuntos discutidos neste segundo encontro presencial do curso destinado aos profissionais e gestores de saúde sobre enfrentamento e controle da obesidade no âmbito do SUS (Ecoa/SUS) realizado nesta sexta-feira, 20, na Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp).

De acordo com a instrutora, nutricionista Graziela Figueiredo, um dos principais pontos de partida é o cadastro adequado do paciente no sistema. O SUS trabalha com diversas plataformas, e para cadastro do paciente com obesidade é importante inseri-lo em um dos três sistemas ofertados. “Não tem problema estar cadastrado em apenas um, porque ao final os dados são compilados e é gerado um relatório do município”, explica Graziela, se referindo ao Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), e-SUS ou ainda Programa Bolsa Família.

“Após este passo, o paciente passa por uma escuta qualificada e atendimento compartilhado com outros profissionais, como o psicólogo, para que seja traçado o plano de ação. Precisamos sensibilizar os profissionais de que o paciente tem que estar preparado para organizar sua rotina alimentar, já que a prescrição da dieta é baseada no comportamento do paciente”, destacou Graziela. “Por isso, o paciente deve compreender que tem que ser trabalhado todo o contexto, desde sua rotina até seus conflitos internos para que consiga mudar alguns comportamentos e atitudes, incluindo a alimentação, pois caso não esteja preparado psicologicamente, dificilmente ele conseguirá mudar seus hábitos alimentares”, complementou.

Profissionais multiplicadores

Com o objetivo de se tornarem profissionais multiplicadores, por meio do Programa de Educação Permanente da Fesp, preceptores e tutores participam da capacitação. É o caso da preceptora, nutricionista Fernanda Noleto, que atua no Núcleo Ampliado de Saúde da Família (Nasf) das Unidades de Saúde da Família (USFs), Francisco Júnior (Arso 41); Isabel Auler (Arso 23) e Loiane Morena (Arse 24).

“Esse curso é de grande relevância, pois muitas vezes nos deparamos com a invisibilidade da situação destes pacientes em relação a não identificação do quadro na rotina dos serviços, com isso esperamos que o treinamento nos qualifique a sensibilizar e discutir estratégias para a prevenção e tratamento com mais acolhimento, escuta e sensibilidade”, disse a preceptora. “E esta identificação é extremamente importante para o tratamento, visando melhor qualidade de vida do paciente, já que a obesidade pode desenvolver comorbidades, como hipertensão e diabetes”, afirmou.

Sobre o curso

Elaborado por pesquisadoras da Universidade Federal do Tocantins (UFT), por meio da faculdade de Nutrição, ao qual é vinculado o Ecoa/SUS, o treinamento conta com o apoio da Fesp e da Secretaria da Saúde. A Fundação atua na organização e logística, assim como na articulação e seleção dos profissionais de saúde que participam da formação. Estão sendo abordados temas como os cuidados ao paciente com obesidade (prevenção, diagnóstico e tratamento), conforme as especificidades de cada faixa etária. Além disso, serão discutidos aspectos sobre a implementação de ações e de políticas de alimentação e nutrição na rede municipal de saúde.

Com 30 participantes, o curso está sendo ofertado na modalidade híbrida de ensino, com aulas presenciais agendadas para os meses de agosto, setembro, outubro e novembro, sendo três encontros por mês para os profissionais de saúde, somando o total de 180 horas. Já para os gestores municipais, estão previstos quatro encontros presenciais nos meses de outubro e novembro, totalizando 40 horas.

 

Por Redação/Fesp
20/08/2021