Situação epidemiológica é discutida na ‘Semana de Prevenção e Controle às Leishmanioses’ na Capital

A abertura da ‘Semana de Prevenção e Controle às Leishmanioses’, realizada na noite de quarta-feira, 1º, contou com a palestra ‘Saúde Única e a Situação das Leishmanioses no Brasil’, ministrada pelo médico veterinário do Ministério da Saúde, Francisco Edilson Ferreira de Lima Junior que trouxe a diferença entre as leishmanioses visceral e tegumentar, dentre outros assuntos. Realizado pela Prefeitura de Palmas, por meio da Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp), com a parceria com a Secretaria da Saúde (Semus), o evento é online, transmitido pelo canal da Fesp no YouTube neste link

Os dados apresentados no evento são de 2019 e mostram que, no cenário mundial, as leishmanioses estão concentradas em dez países, sendo que o Brasil está dentre eles, em ambos os tipos, visceral e tegumentar. Em relação ao Brasil, a leishmaniose tegumentar está predominante na região Norte com 42,8%, ao passo que a predominância da visceral está no Nordeste com 49,1% de casos. No contexto estadual, a tegumentar aparece mais ao norte do Tocantins, enquanto que a visceral tem maior incidência tanto ao norte do Estado como no centro, nos arredores de Palmas.

Representando a presidente da Fesp, Marttha Ramos, a coordenadora do Plano Integrado de Residências em Saúde (PIRS), Socorro Sarmento, destacou que um dos objetivos do evento é atualizar os profissionais da saúde para que Palmas continue com as leishmanioses sob controle. “Palmas já enfrentou um pico de incidência durante a construção do município mas, hoje as doenças estão sob controle na Capital. Por serem doenças desafiadoras, é de suma importância conhecer a epidemiologia deste agravo, as condições ambientais e o processo de organização do vetor para que possamos manter seu controle”, ponderou.

“Esta é uma área que tem me preocupado porque percebemos que em todo nosso país é um assunto negligenciado, por isso, acho muito oportuno esse evento para que todos nós possamos conseguir ter um olhar atento sobre as leishmanioses e aumentar a luta em prol da qualificação de acesso, de tratamento e de serviço de saúde pública para melhorarmos o controle da doença em nossa Capital”, disse a diretora de Vigilância em Saúde da Semus, Maressa Castro, no ato representando o secretário da Saúde, Thiago Marconi.

Principais diferenças

“As leishmanioses são completamente diferentes, a visceral acomete principalmente o baço, fígado e medula óssea. Ela é mais sistêmica e tem uma gravidade maior causando mais fraqueza, febre prolongada e emagrecimento. Já a tegumentar atinge pele e mucosas, então é diferente e não deve evoluir para óbitos, apesar de haver registros”, explicou o palestrante Francisco Edilson.

Leishmaniose tegumentar:

- é mais transmissível em área rural;
- oito vezes maior número de casos em relação à visceral;
- magnitude maior no país aparecendo em todos os estados, incluindo o Distrito Federal;
- nos animais, não há recomendação de eutanásia

Leishmaniose visceral:

- predomina em áreas urbanas;
- está ausente em cinco unidades federativas;
- apesar da menor incidência em relação à tegumentar, ela é muito mais grave e pode levar a óbito;
- cães são principais reservatórios e uma das recomendações é a eutanásia.

Por Redação/Fesp
03/09/2021